Papagaio herói livra família de assaltantes em Maricá

Foto: Reprodução
Um papagaio salvou a vida do presidente da Câmara de Vereadores de Maricá, vereador Luciano Rangel Júnior (PSB) e de sua família, na manhã de quarta (9), durante um assalto à casa do parlamentar, na Rua Joaquim Eugênio dos Santos, na Região do Parque Eldolrado. A residência do vereador, foi invadida por três homens armados, que simularam ser policiais civis e fizeram o vereador e a família reféns. O crime ocorreu a poucos metros da 82ª (Maricá). A ação dos criminosos durou cerca de 30 minutos, até o momento em que o papagaio do vereador , batizado de Júnior, “gritou” pelo nome do dono e espantou os marginais.

Os criminosos chegaram à residência do vereador por volta das 7h,quando ele se preparava para ir à padaria. No momento em que abria o portão para retirar o carro, três homens bem vestidos, sendo um branco e dois de cor morena, se aproximaram e abordaram o presidente da câmara.

Com uma arma apontada para a cabeça, o vereador foi obrigado a abrir o portão da casa. Dentro do imóvel estava a sua esposa, a superintendente Municipal de Saúde, Andréa Nunes Rio e a filha do casal, de 10 anos. A família foi amarrada com o fios elétricos. “Eles me perguntaram sobre o meu cordão de ouro e respondi que estava penhorado no banco. Então pediram para abrir o cofre. Respondi que não havia cofres. O trio revirou a casa inteira. Eles acharam a minha pistola, que estava no armário”, contou o vereador, que tinha registro e porte da arma. Durante o assalto, o papagaio Júnior gritou meu nome e eles correram”, disse. Os criminosos fugiram levando a pistola, dois passáros curiós e R$800, em dinheiro.

O delegado Titular da 82ª DP (Maricá), Sergio Caldas, pediu à família que entregasse as fitas do circuito interno da casa. Caldas acredita que o parlamentar estava sendo monitorado pelos marginais há algum tempo. “Eles sabiam os hábitos da vítima. Vamos aguardar o resltado da perícia técnica para analisar as digitais e chegarmos ao criminosos.

‘Pensei que fossemos morrer’
A mulher do parlamentar temeu pela vida de sua família. “Foram momentos terríveis. Nunca imaginei ter a minha casa invadida dessa forma. Estava arrumando minha filha para levar a escola, acreditando que seria um dia normal, quando de repente vejo meu marido com uma arma apontada para a cabeça. Logo depois, a minha filha foi amarrada. Um dos homens começou a sussurrar no meu ouvido palavras chulas, e me pedindo as jóias”, contou Andréa. “Pedia a Deus que o sofrimento acabasse rápido. Me desesperei quando falaram em levar a minha filha. Por sorte, isso não aconteceu. Pensei que fossemos morrer”, lamentou. Já o vereador Luciano Junior procurou mostrar trabquilidade. “Tentei ficar calmo. Foi Deus, que me fez ficar tão frio em um momento tão complicado. Só me desesperei quando disseram que levariam a minha filha. Nesse momento chorei e pedi para que isso não acontecesse. O importante ficou aqui comigo, que é a minha esposa e a minha menina. Quero dar um pouco mais de segurança para a minha família. Nasci de novo e só tenho que agradecer por isso”, comemorou.

Xodó da família
O papagaio “Júnior” chegou à família do presidente da Câmara, em 2005. A ave, registrada no Ibama (Reg. 963 000 000 277 470), em pouco tempo, se tornou o xodó do casal “No início, a família o chamava de ‘Louro’, mas, com o tempo, após escutar muito o nome do vereador Junior, o papagaio passou a ter o hábito de responder cantando”, disse Andréa. Ainda segundo a mulher do vereador, a ave tem o hábito de chamar por ela e por Junior, sempre às 7h30, quando é a hora de servirem a comida. “Costumo levar a minha filha para o colégio às 7h10, quando retorno, coloco comida para ele. Como não fiz isso hoje (ontem), no horário certo, ele acabou gritando meu nome e o do Junior. Só que o canto do papagaio é similar a de um humano e isso acabou confundindo os marginais. Eles acharam que tinha chegado alguém. Eu já tinha uma grande paixão por essa ave e isso, agora, só aumentou. O papagaio foi um herói”, disse a superintendente de saúde.

De acordo com Andréa, a paixão por pássaros teve a influência do vereador, que é criador de curió. Apaixonada por papagaios, ela adquiriu o mascote da família há cerca de cinco anos.